Especial chuvas no nordeste do Brasil - Parte II (Alagoas)

Patrimônio Histórico e Cultural de Alagoas

Em Alagoas, existem até o momento 9 patrimônios tombados pelo IPHAN - a maioria concentrada na cidade de Penedo na divisa do Estado de Sergipe e a 157 km da capital alagoana.

Centro Histórico de Penedo

Com uma população de aproximadamente 50mil habitantes e localiza-se no extremo sul de Alagoas as margens do Rio São Francisco, a cidade de Penedo é uma das mais bonitas e antigas cidades históricas brasileiras e impressiona seus visitantes pelo seu rico patrimônio histórico-cultural. Suas igrejas, conventos e palacetes do século XVII  e XVIII proporcionam uma verdadeira viagem ao passado do Brasil Colonial.


Erguendo-se imponente sobre um rochedo às margens do rio São Francisco, a cidade de Penedo é um relicário vivo, que conserva um patrimônio artístico-cultural de grande valor, tendo sido palco de acontecimentos importantes do Brasil Colonial. As marcas dos colonizadores portugueses, holandeses, franceses e dos missionários franciscanos, podem ser constatadas na arquitetura barroca de conventos e igrejas.

Convento e Igreja de Santa Maria dos Anjos

A Igreja levou 99 anos para ser construída e tem pintura no teto de Libório Lázaro Lial Alves. Em qualquer ponto da igreja, quando se olha para a pintura os olhares de Maria e dos anjos acompanham. A igreja, de 1669, é um exemplo do estilo barroco e está integrada com o convento e o Museu de São Francisco, onde existem móveis da época. O altar-mor foi pintado com ouro em pó misturado com clara de ovo e óleo de baleia. Um amplo pátio abre caminho para as salas onde estão peças sacras antigas e outros objetos interessantes e curiosos como o ferro de fazer hóstia e a imagem de São Francisco tocando violino. No lugar pode-se saber da história da ordem franciscana de 1659 a 1759.

Igreja de Nossa Senhora da Corrente

Ela fica às margens do Rio São Francisco. O nome do templo ainda hoje é motivo de controvérsia entre estudiosos. Uns associam ao sobrenome de uma de suas benfeitoras, Ana Felícia da Corrente, enquanto outros ligam o nome de Nossa Senhora à correnteza do rio. Certo é que a devoção à Nossa Senhora da Corrente não é conhecida na iconografia católica.

A igreja mistura magnitude e simplicidade. No altar a imagem de Nossa Senhora da qual foram roubadas há cerca de 15 anos a coroa e a corrente de ouro. Durante a celebração de casamentos, os noivos eram envolvidos pela corrente para simbolizar a felicidade conjugal. É toda construída em madeira. Um painel com azulejo português chama a atençao do visitante para uma das paredes da igreja. Os pisos são ingleses importados pela família Lemos, de origem portuguesa.

A fachada é barroca e o frontão é da "escola pernambucana", com três janelas e uma porta. A nave é decorada de azulejos portugueses com motivos marianos e piso de mosaico inglês. No forro, pintura ilusionista do Sagrado Coração de Jesus. A construção começou em 1720 como capela privativa da família Lemos. No movimento abolicionista, os escravos usaram a igreja como refúgio - à esquerda do altar, veja a passagem secreta onde eles ficavam até receber uma carta de alforria falsificada e, assim, fugir para Palmares.

Igreja de São Gonçalo Garcia dos Homens Pardos

A fachada é ornada de decorações esculpidas em pedra calcária da região. Existe, nesta Igreja, um conjunto de imagens representando os passos, como também a imagem mais antiga da cidade denominada Ecce Homo. 
A capela primitiva foi construída pelos ermitões e, a atual começou a ser construída em 1758 quando a irmandade foi organizada. Como consta no pódio, a pedra fundamental foi lançada em dezembro de 1759. A fachada e o interior têm excelente trabalho de cantaria. 

As torres foram alteradas no Século XIX e comprometeram o equilíbrio original do monumento, os retábulos neoclássicos têm talha semelhante aos de Salvador, o lavabo da sacristia, de pedra calcárea, tem desenho rococó e carrancas são usadas nos pedestais das ombreiras da porta principal como nos retábulos protobarrocos espanhóis.
O frontispício é trabalhado em pedra com motivos barrocos, os cortes de pequena profundidade lembram a ourivesaria. O altar-mor é em estilo barroco, lateralmente ao arco-cruzeiro, os dois altares de canto são em estilo neoclássico e os quatro altares colaterais são semelhantes à talha neoclássica de Salvador.

Casa natal de Marechal Deodoro da Fonseca

Antiga capital do estado de Alagoas, Marechal Deodoro reúne um conjunto colonial formado igrejas, sobrados e coloridas casas do século XVIII. O acervo arquitetônico coroou a cidade com o título de Patrimônio Histórico Nacional em 2006, o que vem garantindo melhorias nas construções - muitas em ruínas. Situada na região metropolitana e distante a 33km de Maceió, tem aproximadamente 40 mil habitantes e foi  rebatizada  em 1939 para homenagear o primeiro presidente do Brasil. A edificação em estilo colonial onde nasceu e residiu  até os  6 anos o Marechal possui a fachada intacta, porém o imóvel sofreu diversas modificações e antes de ser restaurado e adaptado para servir de Museu composto de um acervo variado de utencílios e pertences pessoais.

Convento e Igreja de Santa Maria Madalena da Ordem de São Francisco

Também localizada na cidade de Marechal Deodoro, hoje serve de Museu de Arte Sacra do Estado. Sua construção inicia-se em 1635 onde existiu um recolhimento de frades franciscanos. A edificação durou mais de um século, e seu frontispício só foi concluído em 1793. Este templo apresenta características do barroco do século XVIII. D e1821 a 1839, quando da mudança da capital para Maceió, parte do convento serviu de quartel militar às tropas vindas de Maceió.






 Casa de Graciliano Ramos 
 
Localizada na cidade de Palmeira dos Índios, possui aproximadamente 70 mil habitantes e dista 136 km da capital alagoana. É conhecida por ter sido cidade de residência do escritor Graciliano Ramos, sendo este o terceiro prefeito. A casa virou museu  onde são guardados livros, documentos e trabalhos realizados pelo escritor. Escrito nesta casa, incluiu fatos do cotidiano da cidade no seu livro Caetés de 1933.




Serra da Barriga
Localizada na Zona da Mata alagoana na atual cidade de União dos Palmares, há 92 km de Maceió, nas margens do Rio Mundaú e divisa do município de Branquinha, acima do nível do mar mais de 500 metros, no então Planalto da Borborema, a Serra da Barriga antes chamada de Oiteiro da Barriga e Cerca Real dos Macacos, foi berço de liberdade de milhares de guerreiros quilombolas sublevados e determinados a viverem uma nova forma de vida, totalmente diferente da que queriam seus opressores, como povo escravizado e sem dignidade humana.
Habitaram primeiramente nos sítios e nas encostas da Serra da Barriga: A Princesa Banta – imbangala Aqualtune e seus filhos Ganga-Zumba, Ganga-Muiça, Ganga-Zona, bem como seu neto Andalaquituche irmão de Zumbi. Todos de descendência angolana da cultura Bantu dos jagas e imbangalas.

Fontes:
http://www.turismoalagoas.hpg.ig.com.br/tur-penedo.htm 
http://www.unisantos.br/pos/revistapatrimonio/painel.php?cod=1323 
http://www.ferias.tur.br/informacoes/114/marechal-deodoro-al.html
http://www.quilombodospalmares.org.br/index.php?sec=historia_serra_barriga
2 Responses
  1. Unknown Says:

    Olá, leia artigo sobre importância de preservar o patrimônio histórico, comente e se for o caso concorra a R$ 1.000,00 em prêmios. Acesse: www.valdecyalves.blogspot.com


  2. Augusto, obrigada pelo recado.


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