A Superintendência Regional do Iphan em São Paulo realiza desde 2004 reuniões públicas com os moradores do bairro Bom Retiro, na capital paulista, com o objetivo de avaliar os pontos do inventário cultural do local, que resultará na proposta de registro da área como Patrimônio Cultural Imaterial do País.
Exemplo do que o Iphan chama de "multiculturalismo em situação urbana", o bairro é considerado um modelo de miscigenação e variedade étnica.
As pesquisas de referência culturais realizadas apontam "equipamentos, cerimônias, lugares e formas de ver e pensar o mundo", e descrevem atividades e costumes dos moradores do Bom Retiro.
As pesquisas de referência culturais realizadas apontam "equipamentos, cerimônias, lugares e formas de ver e pensar o mundo", e descrevem atividades e costumes dos moradores do Bom Retiro.
Sinagoga Judaica - Colégio Santa Inês - Casa Búlgara
Faculdade de Tecnologia - Estação Pinacoteca - Loja de tecidos
Cerca de 230 itens foram levantados pelos técnicos - incluindo a feira boliviana da Kantuta, as procissões de Páscoa da Igreja Ortodoxa Grega e a Lembrança do Genocídio Armênio, todas realizadas nas ruas.
Barracas de produtos bolivianos na Feira Kantuta - Arcebispo D. Athanasio I da Igreja Católica Apostólica Ortodoxa Grega - Pedra inscrita na Catedral Armênia Católica
Segundo a técnica do Iphan responsável pelo projeto, Simone Toji, o Bom Retiro, com a variedade que tem, é a síntese de São Paulo. “Para homenagear os imigrantes que lá se estabeleceram e dar visibilidade ao que há nele, decidimos iniciar os trabalhos para que o local seja declarado patrimônio imaterial", explica.
Uma vez conferido o título de Patrimônio Imaterial, o bem passa a ganhar mais visibilidade e a receber mais atenção das autoridades.
Ainda de acordo com a pesquisadora, a conservação física do local pode ser beneficiada e o turismo impulsionado. O pedido de registro deve contemplar as ruas do bairro como patrimônio imaterial.
O projeto foi bem recebido entre os representantes das várias nacionalidades residentes no Bom Retiro.
Origens da costura de povos
A presença dos imigrantes no local teve início com a instalação, em 1867, da Estrada de Ferro da São Paulo Railway (hoje Santos-Jundiaí). Após sua inauguração, depósitos e indústrias se instalaram na região, assim como a primeira Hospedaria dos Imigrantes.
Da esquerda, de cima para baixo: Avenida Rio Branco - Fonte do Jardim da Luz - Jardim da Luz - Oficina Cultural Oswald de Andrade - Quartel General da Polícia Militar - Praça Cel. Fernando Prestes
Origens da costura de povos
A presença dos imigrantes no local teve início com a instalação, em 1867, da Estrada de Ferro da São Paulo Railway (hoje Santos-Jundiaí). Após sua inauguração, depósitos e indústrias se instalaram na região, assim como a primeira Hospedaria dos Imigrantes.
Atraídos pela possibilidade de emprego, os imigrantes vieram para o bairro. No início do século 20, a colônia central era de italianos. Vindos principalmente da Rússia, Lituânia e Polônia, os judeus chegaram ao bairro a partir de 1920 e os sul-coreanos, na década de 1960.
Samba em um bar na Rua dos Italianos
Bistrô da Sara, reduto judaico na Rua da Graça
Restaurante Acrópole, típica comida grega na Rua da Graça
Mercado Coreano na Rua Três Rios
Hoje, o Bom Retiro é um bairro essencialmente comercial e tem cerca de 26 mil moradores. Segundo a Câmara dos Dirigentes Lojistas do bairro, existem 1.500 estabelecimentos na região, sendo 70% deles pertencentes a coreanos e 30% divididos entre italianos, gregos, armênios.
Alimentos Coreanos
Lojas de venda e concertos de máquinas de costura
Lojas com diferentes vestimentas, para todos os gostos
Tecidos produzidos no Bairro do Bom Retiro
Fonte: Ascom - IPHAN
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