10 anos de Cine BR em Movimento

O Projeto Cinema BR em Movimento foi criado com o objetivo de colaborar com a reversão dos indicadores negativos observados na área de distribuição e acesso da população brasileira aos seus bens audiovisuais. Apesar do notável amadurecimento técnico e estético e do expressivo crescimento de produções a partir de 1995 – a denominada Retomada do Cinema Brasileiro – os brasileiros, seja por questões geográficas ou econômicas, não têm tido acesso a essas obras.


Estatísticas demonstram que 92% dos municípios brasileiros não possuem sala de cinema. No ano de 2002, o circuito exibidor de cinema teve apenas 8% de suas telas ocupadas por produções nacionais. A absoluta maioria dos lançamentos comerciais só alcançam as áreas centrais dos grandes eixos urbanos do sudeste e do sul do país, contando ainda com poucos dias de permanência nas salas de cinema. Isto resulta na exclusão da maior parte da população brasileira do acesso aos seus bens artísticos, contribuindo ainda com a formação de uma sociedade balizada por imaginários contendo referências, valores e desejos exógenos.

O Cinema BR em Movimento, além de ser uma ferramenta de cidadania e inclusão social, democratizando o acesso à produção cinematográfica nacional, fomenta, através de seus Agentes Culturais espalhados por todo o território nacional, uma rede de parceiros que, de alguma forma apóia, ajuda ou incentiva o trabalho de campo dos Agentes. São parcerias importantes para o projeto que têm orgulho e prazer em participar. Selecione abaixo um estado da federação e conheça alguns de nossos parceiros.

Fui uma Agente Cultural representante do projeto nos anos de 2005 e 2006 na cidade de Presidente Prudente, onde pude junto com o apoio de colegas na época da faculdade exibir e dicutir sobre os filmes, trazendo a comunidade acadêmica e a comunidade local para um mesmo ambiente, sem divisões em prol do acesso à cultura. Foi a primeira vez que um projeto de cinema tão importante atingiu esta cidade média (200mil habitantes). Na época, um filme brasileiro no circuito comercial  ficava pouco tempo em cartaz nos únicos dois cinemas da cidade (não mudou muito de lá para cá... e em outras cidades também). Conseguimos alcançar sessões com um público de 60 a 90 pessoas, levando a análise de que o problema não é a qualidade dos filmes brasileiros, mas sim, a forma em que o capital atinge de uma forma tão cruel a aquisição dos direitos de cada individuo.




Notícias na Imprensa local sobre as sessões realizadas dentro do campus. Créditos das Imagens: Debora Nascimento e Alex Paulo de Araújo
Fonte: Cine BR