Exposição Genesis, de Sebastião Salgado, está em São Paulo até 1 de Dezembro



Desde o dia 5 de setembro, o SESC Belenzinho apresenta a Mostra Fotográfica de Sebastião Salgado, GENESIS. Com curadoria de Lélia Wanick Salgado, a exposição fica em cartaz até o dia 1º de dezembro. 
A abertura mundial aconteceu no National History Museum de Londres, dia 9 de abril, com patrocínio da Vale através da Lei Federal de Incentivo à Cultura e está em cartaz no Jardim Botânico do Rio de Janeiro até 26 de agosto.

Com 245 fotografias, divididas em cinco seções geográficas, a mostra inédita revela maravilhas que permanecem imunes à aceleração da vida moderna – montanhas, desertos, florestas, tribos, aldeias, animais -, imagens que o fotógrafo brasileiro, radicado em Paris, registrou entre 2004 e 2011. 
Na obra de Sebastião Salgado, este é o terceiro mergulho de longa duração em questões globais. Trabalhadores (1986-1992) e Êxodos (1994-1999) retrataram as duras consequências das radicais mudanças econômicas e sociais sobre as vidas humanas. “Desta vez, ele trata do nosso ambiente natural”, descreve a curadora Lélia Wanick Salgado, “mas, ao invés de colocar os holofotes nas consequências da poluição e das alterações climáticas sobre a terra, o mar e o ar, Salgado nos oferece um poema de amor, com imagens que exaltam a majestade e a fragilidade do nosso planeta, retratando a beleza deslumbrante de um mundo ‘perdido’ que de alguma maneira ainda sobrevive. 
E essa beleza proclama: isso é o que está em perigo, isso é o que devemos salvar”.
Além da exposição, as imagens compõem um livro lançado pela Taschen, editado e desenhado por Lélia Wanick Salgado.


 
Para Danilo Santos de Miranda, diretor regional do SESC, “o trabalho atual de Sebastião Salgado possui um elemento diferencial, que é o protagonismo impresso por ele ao sistema de forças da natureza, no qual vez ou outra aparece o ser humano, em estado de comunhão”. Danilo recorda que “as lentes de Salgado testemunharam, ao longo das últimas décadas, facetas tão preciosas quanto desconhecidas do mundo, e, por meio de suas fotografias, o mundo pôde refletir sobre elas, veladas que estavam até então. A pungência deste trabalho reside na interseção entre política, geografia e estética”.

DEZENAS DE VIAGENS
Trabalhando, como sempre, em preto e branco, Salgado fez mais de 30 viagens diferentes a regiões remotas do globo – a maioria delas, inóspita e de dificílimo acesso - nesses oito anos, desde 2004. Cada saída de sua base em Paris envolveu aviões de pequeno porte, helicópteros, barcos e canoas, e exigiu frequentemente longas caminhadas em terrenos difíceis, enfrentando extremos de temperatura.
As viagens, cada uma de várias semanas de duração, resultaram num conjunto de imagens que, ao final, foi dividido em cinco seções que formam os núcleos da exposição. “Optamos inicialmente por uma aproximação temática”, explica Lélia, “destacando as origens geofísicas da terra, seus animais e sociedades primitivas. Porém, as explorações às diversas regiões resultaram em imagens dedicadas a temas também diversos. Decidimos, então, organizar as fotografias em ecossistemas, acreditando ser esta a melhor maneira de vislumbrar o funcionamento da natureza”.

PLANETA SUL
A Antártida, suas paisagens congeladas e seus destemidos animais, como pinguins, leões marinhos e baleias, fotografados inclusive em suas zonas de reprodução na Península Valdés.
Também estão nessa seção imagens do Sul da Georgia, as Falklands/Malvinas, o arquipélago Diego Ramirez e as Ilhas Sandwich, onde as numerosas espécies de albatrozes, petréis-gigantes, cormorões e também pinguins vivem.

SANTUÁRIOS
Abrindo com as singularíssimas paisagens vulcânicas e a fauna das Ilhas Galápagos, engloba ainda as populações anciãs da Nova Guiné e Irian Jaya, os Mentawai da Ilha Siberut (nos arredores da província de Sumatra, na Indonésia), e paisagens, vida selvagem e vegetação dos diferentes ecossistemas de Madagascar.

 ÁFRICAA impressionante variedade de imagens: da extraordinária vida selvagem do Delta de Okavango, na Botswana, até os gorilas do Parque Virunga, na divisa de Ruanda, Congo e Uganda; do grupo Himba, da Namibia, e dos tribais Dinkas do Sudan, até a população do Deserto Kalahari em Botswana; das tribos do Omo Sul, na Etiópia, até as antigas comunidades cristãs do norte da Etiópia.
Na África, revelam-se espetaculares - e numerosos - desertos, com suas cores indo do cinza escuro até o vermelho profundo, suas texturas de areia e pedra; alguns são planos, como oceanos, outros estão interrompidos por montanhas áridas. Em algumas imagens capturadas na Líbia e na Argélia, veem-se sinais de vida, não somente cactos e roedores mas também na arte rupestre datada de milhares de anos.

TERRAS DO NORTE
Mostra as visões do Alasca e do Colorado, nos Estados Unidos; as paisagens naturais do Parque Nacional Kluane, no Canadá; estão aqui também o extremo Norte da Rússia, incluindo o local de reprodução do urso polar na ilha Wrangel, a população indígena Nenet, no norte da Sibéria, e também a península Kamchatka, na ponta mais oriental da Rússia. AMAZÔNIA E PANTANALA enorme floresta tropical, vista do céu, é cortada pelo rio Amazonas e seus afluentes – e o desenho lembra uma gigantesca árvore da vida, com braços e mãos se estendendo do coração do Brasil em direção aos países vizinhos. Seguindo em direção ao Norte para capturar os Tepuis Venezuelanos, as mais antigas formações geológicas na terra, a seção inclui ainda as imagens da vida selvagem do Pantanal no Mato Grosso, da tribo indígena Zo’e, “contatada” pela primeira vez há apenas duas décadas, assim como as tribos mais assimiladas do alto Rio Xingu.
OLHAR EM VOLTA E CUIDAR DA TERRA“Nosso objetivo é  abrir os olhos do público para as maravilhas da Terra - mas não somente aquelas que tivemos a oportunidade de encontrar e captar para o GENESIS”, ressalta ainda Lélia. “Aqueles lagos, montes, parques e jardins que estão ao alcance representam nosso contato mais frequente com a Natureza. E é no dia-a-dia que começa a batalha da conservação”.  O idealismo das propostas de fôlego de Lélia e Sebastião Salgado tem forma concreta no Instituto Terra, em Minas Gerais, onde estão reflorestando a propriedade de 700 hectares com espécies originais da Mata Atlântica. “Os montes secos de uma década atrás hoje estão cobertos por uma vegetação densa”, celebram. “Esperamos que GENESIS desperte e estimule participantes ativos na conservação de uma herança universal que está implorando nosso cuidado e atenção”. E conclui: “assim como em Trabalhadores e Êxodos, esperamos que as questões trazidas pelas fotografias sejam exploradas em palestras, debates, sites de internet e programas para escolas”.


SERVIÇO

GENESIS – Sebastião Salgado
Curadoria: Lélia Wanick Salgado

SESC Belenzinho
Rua Padre Adelino, 1.000
Tel.: (11) 2076-9700
www.sescsp.org.br/belenzinho

Visitação de 05 de setembro até 01 de dezembro.
Terça a sábado, das 10h às 21h.
Domingos e feriados, das 10h às 19:30h.
Agendamento de visitas educativas – de terça a sexta, 9h às 18h, pelo agendamento@belenzinho.sescsp.org.br

Estacionamento
R$6,00 (1ª hora) + R$1,00 (p/hora) – não matriculado
R$3,00 (1ª hora) + R$1,00 (p/hora) – matriculado no SESC – trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo / usuário
Fonte: Revista Museu